Lost in translation
Poetry, thoughts, ... a blog about nothing
Wednesday, July 25, 2012
folha de rosto
mas não quero que ninguém saiba
não quero post no facebook
tirar foto do meu look
deixa o dia a dia ser banal
deixa a rotina ser chata
deixa um dia eu ser triste
tristeza não mata
Tuesday, July 28, 2009
Turco
mas sei quando meu coração vai cantar
Logo se nota, ele grita, chora e eu deixo ele berrar
Eu entrei para escola dos músicos
quis aprender seu bê-a-bê-mol, mas me perdi
pedi cola
(os colegas não eram generosos)
tentei os professores
rezei meu anjos
promessas aos protetores
nada
símbolos cabulosos
e eu ali
sem saber concatenar o que eram os benditos acordes
e para que tanta ode às tais partituras?
por que não foram logo escritas em turco?
achei tudo loucura
lhe juro
música,
eu quis adentrar seu império
mas você me preferiu manter o mistério
não sei o que é tom, nem clave, nem cifra
me falta o dom
tento rima
queria fazer trilhas
mas largo as apostilas
e volto para o meu estilo de vida:
desafinar
Wednesday, October 24, 2007
vie
Porque dela você faz parte
E sabe coisas que não queria
mas talvez precisasse saber
Porque eu te amo
como imaginei se amassem nos filmes
- Eu sei, sempre os filmes...
Porque seu cavalo é branco
E suas palavras saíram de um roteiro
que tenho certeza
escrevestes
para mim
Tuesday, June 26, 2007
primeiro
O filme da noite passada
a declaração no disco
as frases dos livros
o que sempre ouvi
o que nunca foi visto
depósito de toda a crença
no que a crença não crê mais
clichês baratos
raros
soltos
da grande tela às ruas
tão real que é quase mentira
tão sérios que ainda sentem cócegas
tão sinceros que quase dizem a verdade
de frente, de lado, do alto, debaixo, por um triz, sem pestanejar: aqui
sempre
e nem precisa chamar
Tuesday, November 07, 2006
Monday, August 07, 2006
Saturday, June 10, 2006
Monday, May 22, 2006
dias curtos
Talvez eu seja mesmo a moça triste
A frustração dos dias curtos
Das noites baixas
Do dia claro (prefiro os cinza-claros)
Do riso raro
Do enfado de todo trabalho
Talvez eu guarde rancor
Talvez
Talvez seja tristeza
Talvez seja doença
Talvez passe
Talvez eu ainda seja o pensamento da menina do alpendre
Talvez eu vá
Talvez eu fique
Talvez eu me mude no mês que vem
Talvez me separe
Talvez case
Talvez mate (por amor)
Por ódio talvez
Talvez
Se tudo fosse outro que não esse
Se eu não fosse vagão vagante
E se o resto não fosse trem tão longe, tão distante
Talvez se meu trem fosse de carga
E se a empilhadeira empilhasse
Talvez se eu tivesse trazido outro bilhete, feito outro trajeto
Se eu ainda sorrisse
Se eu ainda chorasse
Se eu soubesse ficar calada
Escrever bem
Prestar atenção
Afinar a voz
E sorrir baixinho
Ah, se eu soubesse ser feliz,
eu diria:
Não sou mais poeta
Thursday, May 11, 2006
Quero ser Lemminsky
eu busco a felicidade do cinema americano
o possível,
é de se alcançar
o inatingível,
eterno
e por mais que queira morrer prematura
busco meio de morrer imortal
me enchi da realidade da vida
da minha videoteca entulhada de cinema europeu
.:ml:.
Friday, April 14, 2006
Sunday, April 09, 2006
Sunday, March 26, 2006
Thursday, March 09, 2006
ÓCIO CRIATIVO
tão ociosa que nem criar consigo...
me deixem dormir
se não estou acordada é porque quero dormir
se continuo dormindo é porque assim quero estar
se mudar de idéia
erguer-ei as pálpebras
me deixem morta-viva
no meu ócio sem criar
'as dezenove horas e quarenta e nove minutos dessa quinta-feira maldita
minha rima me irrita
meus clichês (baratos) escapam entre os versos
é tudo medo
vergonha de mim
dessa merda de texto
.:ml:.
Tuesday, February 28, 2006
Tuesday, February 14, 2006
Ganha o jogo quem melhor enganar
E eu continuo nesse tabuleiro sem saída
com meu pino sempre em último lugar
Jogando o dado...
e perdendo a vez...
Cansada de ler o manual de um jogo errado
Cansada de acreditar nos que blefam
E blefar com os que acreditam
Te passo os dados
te entrego o jogo
te passo a vez
entrego os pontos
porque dessa vez é diferente
de você eu gosto
Sentimento puro que penso que só meus primeiros amores entenderiam
Ou que só a menina de 15 anos saberia dar
(Só ela me entenderia aqui do lado desse telefone mudo... )
Não sei sair do tabuleiro em que me meti
Meti os pés pela boca
meti um biombo no meu coração
E meti um sutiã apertado e uma blusa sem decote
para não haver escape de som
quis fazer um isolamento acústico dessa coisa involuntária pulsando
para você não desconfiar que o volume dele muda quando você chega perto
.:ml:.
Sunday, February 05, 2006
Thursday, January 19, 2006
Monday, January 16, 2006
Thursday, January 12, 2006
e é por sempre fugir assim que me acostumei com o posto de fugitiva
de retrato colocado em postes
fujo léguas
e fujo mesmo
de madrugada para você não notar
quando você dá um vacilo e se distrai com uma bobagem qualquer - uma bobagem que não seja eu
fujo com uma velocidade tamanha que às vezes no meio da correria, me perco até de mim
fujo porque tenho pavor de tudo isso aí que você diz sentir por mim
e porque sei que o surreal só funciona nos quadros de Dalí, mas não no amor
e fujo principalmente porque é muita responsabilidade carregar sozinha tanto sentimento e tanta admiração
Por ora, continuo aqui
e eis que ainda não me tornei sua fugitiva procurada
Seu passo tem sido mais rápido que o meu - talvez pelas recentes corridas matinais ou talvez porque você seja mais esperto que eu e conheça atalhos que ainda não vi.
Meu pedido é único
se um dia desistir, promete que procura por mim?
me encontrar é sempre lugar-comum
E comece a tomar lições de gramática
Especificamente o capítulo das conjugações verbais
E mais precisamente do verbo insistir
Porque sou moça quieta e caseira
sempre prestes à partir
.:ml:.
Monday, December 19, 2005
meu nome ainda vai ser dito
soprado no canto do ouvido, do seu
vai querer chamar
só vai amar meu nome
vai virar fugitivo de guerra
sem medalha, sem broches
e terá a sorte da espera
cego de olho esquerdo e lado positivo
sem broche
sem medalha
amigo do medo
morrendo sem livro
sem nome falado
sem rosto guardado
filho de um mar sem rio
parente de mortos sem fome
pai de meninos sem nome
ausente de broches e carente de medalhas
.:ml:.
Monday, September 05, 2005
Quem sabe amanhã - como tantas vezes já aconteceu
Você me veja passando pela rua
E de longe, eu te aceno
Diferente de antes, dessa vez não espero resposta
Quero que passe por mim sem reação
Não quero nem mesmo que me olhe nos olhos
Mas não se preocupe meu amor,
Nesse mundo louco, delírios são normais
Essa não sou eu
E eu não te aceno
E a gente nem passa pelas mesmas ruas mais
Te entendo
Aceitar é mais doído
E se me engano, não enfrento
Nem penso
Veja você,
Nem se lembra quanto tempo faz
Vamos evitar os constrangimentos
E só dessa vez, vamos fazer o que eu quero
Fica combinado assim:
Você tira o nome da rua que passa em mim.
.:ml:.