Tuesday, November 07, 2006
Monday, August 07, 2006
Saturday, June 10, 2006
Monday, May 22, 2006
dias curtos
Talvez eu seja mesmo a moça triste
A frustração dos dias curtos
Das noites baixas
Do dia claro (prefiro os cinza-claros)
Do riso raro
Do enfado de todo trabalho
Talvez eu guarde rancor
Talvez
Talvez seja tristeza
Talvez seja doença
Talvez passe
Talvez eu ainda seja o pensamento da menina do alpendre
Talvez eu vá
Talvez eu fique
Talvez eu me mude no mês que vem
Talvez me separe
Talvez case
Talvez mate (por amor)
Por ódio talvez
Talvez
Se tudo fosse outro que não esse
Se eu não fosse vagão vagante
E se o resto não fosse trem tão longe, tão distante
Talvez se meu trem fosse de carga
E se a empilhadeira empilhasse
Talvez se eu tivesse trazido outro bilhete, feito outro trajeto
Se eu ainda sorrisse
Se eu ainda chorasse
Se eu soubesse ficar calada
Escrever bem
Prestar atenção
Afinar a voz
E sorrir baixinho
Ah, se eu soubesse ser feliz,
eu diria:
Não sou mais poeta
Thursday, May 11, 2006
Quero ser Lemminsky
eu busco a felicidade do cinema americano
o possível,
é de se alcançar
o inatingível,
eterno
e por mais que queira morrer prematura
busco meio de morrer imortal
me enchi da realidade da vida
da minha videoteca entulhada de cinema europeu
.:ml:.
Friday, April 14, 2006
Sunday, April 09, 2006
Sunday, March 26, 2006
Thursday, March 09, 2006
ÓCIO CRIATIVO
tão ociosa que nem criar consigo...
me deixem dormir
se não estou acordada é porque quero dormir
se continuo dormindo é porque assim quero estar
se mudar de idéia
erguer-ei as pálpebras
me deixem morta-viva
no meu ócio sem criar
'as dezenove horas e quarenta e nove minutos dessa quinta-feira maldita
minha rima me irrita
meus clichês (baratos) escapam entre os versos
é tudo medo
vergonha de mim
dessa merda de texto
.:ml:.
Tuesday, February 28, 2006
Tuesday, February 14, 2006
Ganha o jogo quem melhor enganar
E eu continuo nesse tabuleiro sem saída
com meu pino sempre em último lugar
Jogando o dado...
e perdendo a vez...
Cansada de ler o manual de um jogo errado
Cansada de acreditar nos que blefam
E blefar com os que acreditam
Te passo os dados
te entrego o jogo
te passo a vez
entrego os pontos
porque dessa vez é diferente
de você eu gosto
Sentimento puro que penso que só meus primeiros amores entenderiam
Ou que só a menina de 15 anos saberia dar
(Só ela me entenderia aqui do lado desse telefone mudo... )
Não sei sair do tabuleiro em que me meti
Meti os pés pela boca
meti um biombo no meu coração
E meti um sutiã apertado e uma blusa sem decote
para não haver escape de som
quis fazer um isolamento acústico dessa coisa involuntária pulsando
para você não desconfiar que o volume dele muda quando você chega perto
.:ml:.
Sunday, February 05, 2006
Thursday, January 19, 2006
Monday, January 16, 2006
Thursday, January 12, 2006
e é por sempre fugir assim que me acostumei com o posto de fugitiva
de retrato colocado em postes
fujo léguas
e fujo mesmo
de madrugada para você não notar
quando você dá um vacilo e se distrai com uma bobagem qualquer - uma bobagem que não seja eu
fujo com uma velocidade tamanha que às vezes no meio da correria, me perco até de mim
fujo porque tenho pavor de tudo isso aí que você diz sentir por mim
e porque sei que o surreal só funciona nos quadros de Dalí, mas não no amor
e fujo principalmente porque é muita responsabilidade carregar sozinha tanto sentimento e tanta admiração
Por ora, continuo aqui
e eis que ainda não me tornei sua fugitiva procurada
Seu passo tem sido mais rápido que o meu - talvez pelas recentes corridas matinais ou talvez porque você seja mais esperto que eu e conheça atalhos que ainda não vi.
Meu pedido é único
se um dia desistir, promete que procura por mim?
me encontrar é sempre lugar-comum
E comece a tomar lições de gramática
Especificamente o capítulo das conjugações verbais
E mais precisamente do verbo insistir
Porque sou moça quieta e caseira
sempre prestes à partir
.:ml:.